25 de abril de 2010

Saudade


Saudade que não quer cessar. Tempo perdido!
Quantas oportunidades deixei passar na encarnação passada.
Tive chance de estudar os ensinamentos de Jesus.
Tive muitas portas abertas para servir ao meu próximo.
Tive momentos de fraqueza espiritual.
Cedi às tentações da matéria.
Esqueci de ofertar amizade e consolo para quem me procurava.
Levei a vida, como dizem, na brincadeira, sem responsabilidade alguma, nem se comigo nem com a minha própria família.
Esperava os dias da semana passarem sem trabalhar, sem estudar, para me preparar para as festas de final de semana.
Gastei o dinheiro de meu pai quando ele estava doente, com bebidas e mulheres.
Não tive responsabilidade e compromisso algum com os que me rodeavam.
Nunca me preocupei com o tempo que passava, com as moças que enganei, com os filhos que deixei.
Vivia exclusivamente a serviço do meu próprio prazer, nada mais me importava. Minha mãe, pobre mulher, como sofreu! Foram noites e mais noites me esperando chegar, em que ficava orando e olhando no relógio o avançar da hora. Minha irmã não foi o melhor exemplo para mim. Usava cocaína com as amigas e não frequentava a faculdade de administração que meu pai insistia em pagar.
Acho que o maior exemplo que tive em minha casa era dona Josefina. O senhora que cuidava de nossa casa com zelo e atenção. Era uma das poucas pessoas que me ouvia sem preconceitos, sem julgar as temeridades que cometia em minha vida.
Ela gostava de me aconselhar, de me falar como o filho que tinha era educado e estudioso. O menino se preparava para o vestibular e conseguiu sair da miséria graças ao esforço dele próprio.
Acreditem ou não, aquele pobre de cabelo bem penteado, tornou-se médico e, anos depois, pode até cuidar de meu pai no final da vida.
Eu, a que tudo tive acesso, mal concluí a faculdade. Deixava os professores falando para me embrenhar pelos bares e casas de amigos de vida fácil e leviana. Em uma dessas saídas, depois de muito uísque e cerveja batemos o carro e nunca mais tive paz.
O ódio que minhas antigas namoradas nutriam por mim ainda era latente meus sentimentos.
Foram criadas em torno de mim formas odiosas de cobrança e desgosto.
Um, em especial, era um dos meus filhos abortados. Eu nunca teria um filho com uma moça simples como aquela e paguei para que ela acabasse com aquele problema. Esse espírito perdurou por anos no meu caminho, me invocando vibrações de raiva e vingança.
Depois de muitas orações da mãe ainda encarnada, houve a libertação daquela entidade e pude ter um pouco mais de paz ainda não completa, pois isso leva muitas existências, mas tive mais espaço para refletir por tudo o que havia feito de mal para aos que me rodeavam.
Quanto tempo perdido, uma encarnação de oportunidades múltiplas e que simplesmente releguei por banalidades. Sinto que só pude ver a verdade depois dos 8 anos que padeci nos tormentos da minha consciência e de tudo o que construí para mim mesmo.
Depois de muitos pedidos da minha sofrida mãe, consegui sair do lodaçal que me encontrava. Foram anos ouvindo gritos vindos de pessoas feridas, doentes e com chagas da alma a arder pelo egoísmo e o sentimento de desamor e pessimismo.
Depois disso passei dez anos por tratamentos. Tive que ficar em hospitais, em escolas e, mesmo com a minha ainda rebeldia, fui atendido com carinho pelos irmãos do astral. Ainda percebo que tenho muito a curar e a mudar, o que me deixa às vezes desacreditado de minha capacidade, mais nesses últimos anos notei que é possível eu me reerguer e pleitear uma nova chance de retornar à vida material, onde colocamos à prova a nossa verdadeira essência.
Temos muito a aprender, irmãos e irmãs. É difícil sairmos dos tormentos que nos colocamos, mas é possível, pois aprendi que mesmo que o mal ainda seja tão visível na Terra, o bem e Jesus Cristo que cuidam e governam todo o planeta.
Visito esta reunião e deixo aqui o meu testemunho para que prestem atenção em vossas atitudes e o que estão construindo para a vós próprios, e por todos que convivem convosco.
Obrigado por me ouvirem.
Estou me recuperando e sei que e hei de conseguir.


Lauro, 30/03/2010 (mensagem psicografada pela médium Júlia Jenská)

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